James Joyce: Finnegans Rivolta

07/06/2022 10:04

Livro organizado pela professora Dirce Waltrick do Amarante

É unânime a opinião de que o romance Finnegans Wake (1939), de James Joyce, é em princípio completamente intraduzível. O próprio Joyce, contudo, foi o primeiro a decidir que isso não era motivo para que ele não fosse transposto, transcriado ou traduzido, em algum sentido desse termo flexível. Depois do aparecimento em 1928 de Anna Livia Plurabelle, um texto que posteriormente se tornou o capítulo oitavo do romance, ele logo organizou um grupo de tradução experimental (para continuarmos empregando o termo tradução) para verter várias páginas desse capítulo para o francês, com o seu próprio auxílio; em seguida, colaborou na tradução de excertos menores para o inglês básico; e, finalmente, assumiu o comando de uma exuberante tradução para o italiano de algumas páginas anteriormente traduzidas para o francês. A despeito de sua óbvia intraduzibilidade, existem atualmente, e nisso seguem os passos de Joyce, várias versões, traduções, transposições ou transcriações completas de Finnegans Wake, em mais de uma dúzia de línguas diferentes. A primeira tradução em língua portuguesa de excertos, por Augusto e Haroldo de Campos, apareceu em 1957; ampliada, deu origem a um pequeno volume em 1962, sob o título Panaroma do Finnegans Wake. A primeira tradução completa do romance coube a Donaldo Schüler e apareceu em 2003 sob o título Finnicius revém. Capítulos individuais foram traduzidos por outras mãos, inclusive as de Dirce Waltrick do Amarante, a coordenadora arrojada e incansável de Finnegans Rivolta, a segunda versão completa em português do Brasil. Seguindo o exemplo de Joyce, que reuniu um grupo de tradutores, Finnegans Rivolta é o produto fascinante de onze tradutores.

Patrick O’Neill Professor emérito de Estudos Literários na Queen’s University, Canadá.

Centenario de Lima Barreto – Antología de cuentos brasileños

23/05/2022 09:24

Egressa da PGET  e atualmente professora de Estudos da Tradução da  Pontificia Universidad Católica de Chile lança livro sobre Lima Barreto em espanhol.

Para comemorar o centenário de Lima Barreto preparamos uma edição com novas traduções de sete de seus contos e uma de suas crônicas. Estes levarão os leitores de língua espanhola a percorrer as ruas do Rio de Janeiro no início do século XX e descobrir suas alegrias, contradições e misérias. A obra, que será publicada em junho de 2022 pela Mago Editores, foi patrocinada pelo Departamento de Artes e Cultura (DAC) da Vice-Reitoria de Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Chile, por meio do Concurso de Criação Artística/linha de pesquisa. O projeto de tradução liderado por Leticia Goellner, tradutora e acadêmica brasileira da Pontificia Universidad Católica de Chile, conta com uma equipe da mesma universidade, formada por Vicente Menares, Ignacia Montero e Pablo Saavedra. Além disso, inclui ensaios de duas pesquisadoras brasileiras na área de tradução, Dra. Dirce Waltrick da UFSC e Dra. Alessandra Harden da UnB/Brasil.

O Instituto Moreira Salles generosamente nos permitiu usar a imagem da capa, uma fotografia de 1890 (Acervo Marc Ferrez/Acervo Gilberto Ferrez/Instituto Moreira Salles). Com este paratexto visual, a “Rua do Ouvidor” é apresentada ao público de língua espanhola, um dos cenários fundamentais em que Lima Barreto retrata a realidade de seu tempo. Agradecemos às seguintes instituições por contribuírem para a divulgação desta antologia: Embaixada do Brasil em Santiago, Centro Cultural Brasil-Chile (CCBRACH), Centro Cultural La Moneda (CCLM), Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Chile.

A Língua Mundial – tradução e dominação de Pascale Casanova

17/05/2022 15:23

Livro traduzido pela Professora Marie Hélène Catherine Torres e publicado pela editora da UFSC em parceria com a editora da UnB

Em A Língua Mundial – tradução e dominação, a autora Pascale Casanova propõe um quadro inovador para analisar os mecanismos de dominação linguística, ao analisar o papel da tradução como meio, como instrumento contra a dominação linguística e também como um modo de acumulação de capital simbólico. A obra inicia com o exemplo das traduções do latim para o francês nos séculos XVI e XVII e acaba com uma discussão sobre as implicações da crescente dominação do que Casanova chama de Língua Mundial, ou seja, o inglês. Contra o bilinguismo coletivo que leva à dominação linguística e cultural, Casanova propõe a resistência à dependência a partir do posicionamento ateu, isto é, o posicionamento de não acreditar mais no prestígio da língua mundial (inglês). O papel da tradução seria o de lutar e daí medir o grau de dominação, já que a presença de tradução reduz a dominação. Trata-se de uma edição inédita em português do último livro publicado por Casanova em vida.

Tradução, competência e didática: questões atuais

15/05/2022 10:56

Com onze capítulos escritos por 24 estudantes e pesquisadores, o livro “Tradução, competência e didática: questões atuais” aborda debates contemporâneos dos Estudos da Tradução e dos Estudos da Interpretação. O livro, que é organizado pelos professores Carlos Henrique Rodrigues e Anabel Galán-Mañas, foi publicado em 2021 pela Editora Insular.

A iniciativa da obra partiu da disciplina “Perspectivas atuais das pesquisas em Estudos da Tradução e a formação de professores de tradução e interpretação”, ofertada no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução da Universidade Federal de Santa Catarina (PGET/UFSC). Seu desenvolvimento e conclusão se deram por meio da parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universitat Autònoma de Barcelona (UAB), proporcionada pelo projeto “Tradução, Tradição e Inovação”, que integra o Programa Institucional de Internacionalização CAPES-PrInt.

O livro está disponível on-line e pode ser acessado gratuitamente aqui.

Interlocuções sobre Língua de Sinais e Educação de Surdos

15/05/2022 10:49

Os dois volumes organizados pela Profa. Dra. Neiva de Aquino Albres e pela Doutoranda Mairla Costa (bolsista Capes) resultam de pesquisas apresentadas no II Colóquio Internacional Educação de Surdos, Libras e Interpretação (CIESLI), realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (PPGET) em 2019.

O CIESLI é um evento periódico, que permite a discussão acerca da educação de surdos e os embates atuais que envolvem essa questão. O ponto central desse esforço constitui-se na perspectiva de evidenciar a discussão teórico-prática que abarca diferentes profissionais. Isso significa fortalecer princípios assumidos pela UFSC de disseminar a discussão para a comunidade por meio da extensão referente à pesquisa e ao ensino, envolvendo diferentes áreas.

Essa articulação exige um diálogo interdisciplinar, ou seja, a integração entre diferentes campos do conhecimento. Assim, a realização desse evento é uma oportunidade importante para divulgar, refletir e discutir a educação dos surdos, a Libras como língua de instrução e interpretação educacional e para integrar os diversos personagens (docentes, discentes, professores de surdos, intérpretes e comunidade em geral).

Os livros reúnem pesquisas sobre educação de surdos e políticas educacionais; ensino de Libras, tradução e interpretação de línguas de sinais, formação de tradutores e intérpretes de Libras e português no Brasil, em que aponta para uma diversidade de áreas, fundamentações teóricas e esferas de atuação.

Lo desconocido es la vida/O desconhecido é a vida

15/05/2022 10:34

Tradução das Profas. Letícia Goellner (PUC/Chile), egressa da PGET, Martha Pulido (Universidad de Antioquia), Andréa Cesco (PGET/UFSC) e do Prof. Júlio Monteiro (POSTRAD/UnB)

O desconhecido é a vida é o resultado de uma iniciativa de publicação bilíngue espanhol-português das crônicas do autor colombiano Luis Tejada Cano, liderada pelas embaixadas da Colômbia no Brasil e no Chile e que faz parte do Plano de Promoção da Colômbia no exterior e foi implementada em aliança com universidades de três países: Pontificia Universidad Católica de Chile, Universidad de Antioquia, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade de Brasília.

“[…] Não podemos finalizar esta introdução sem antes agradecer o empenho incansável do grupo de professores que, dos seus respectivos lugares de trabalho, Colômbia, Brasil e Chile, uniram-se em torno da obra de Tejada para concretizar o projeto: Dra. Letícia Goellner, da Pontificia Universidad Católica de Chile; Dra. Martha Pulido, da Universidad de Antioquia; Dra. Andréa Cesco, da Universidade Federal de Santa Catarina; e Dr. Júlio Monteiro, da Universidade de Brasília. Também estendemos nossos sinceros agradecimentos aos funcionários das embaixadas da Colômbia no Brasil e no Chile, pela liderança no projeto, e à Dirección de Asuntos Culturales del Ministerio de Relaciones Exteriores, em Bogotá”.

Alberto Rendón Cuartas (Embaixador da Colômbia no Chile)

Darío Montoya Mejía (Embaixador da Colômbia no Brasil)

Tradução da Profa. Andréa Cesco (PGET/UFSC) e dos egressos Dr. Fabiano Seixas Fernandes e Dra. Fedra Rodríguez

15/05/2022 10:28

Este livro recupera a memória e os avatares de várias mulheres ‒ artistas e pensadoras da Geração de 27 ‒ cujo legado se mostra determinante para a história da Espanha, da mesma forma que o de seus colegas pertencentes a essa geração incontornável.

Mulheres que tiraram os seus chapéus, esse espartilho intelectual que as relegava ao papel de esposas e mães, e participaram sem complexos da vida cultural espanhola entre os anos 1920 e 1930. Entre elas, destacam-se escritoras, artistas plásticas, dramaturgas e pensadoras: Rosa Chacel, Ernestina de Champourcín, Marga Gil Roësset, Margarita Manso, María Teresa León, Maruja Mallo, Concha Méndez, Ángeles Santos, María Zambrano, Josefina de la Torre.

Mulheres livres e disruptivas também em suas vidas privadas, apaixonadas e apaixonantes, que anteciparam e tornaram possíveis as mulheres de hoje, apesar do impacto da Guerra Civil, que acabou com tantos sonhos de liberdade e igualdade. A história merece ser contada na íntegra.

BALLÓ, Tània. Las sinsombrero – sem elas a história não está completa. Belo Horizonte: Relicário Edições, 2022.

O projeto contou com o apoio do Ministério da Cultura da Espanha.