Brazil – History of Translation/Brasil – História da Tradução
A PGET divulga a publicação do verbete na Encyclopedia of Translation and Interpreting (ENTI), intitulado “Brazil – History of Translation/Brasil – História da Tradução”, de Andréia Guerini e Walter Carlos Costa, que está e pode ser acessado aqui.
Resumo: A história da tradução e da interpretação no território brasileiro é antiga, mal documentada e insuficientemente conhecida. No entanto, o Brasil é um país onde os Estudos da Tradução ocupam uma posição de destaque na pós-graduação e isso tem contribuído para que as pesquisas sobre história da tradução se multipliquem em diferentes instituições. O que segue é um panorama sucinto de uma história complexa, compreendendo vários séculos e envolvendo uma grande variedade de atores em uma área enorme. Séculos antes da chegada dos portugueses, houve, em diferentes graus, interpretação, entre os povos indígenas, sobretudo entre os tupis que ocuparam boa parte do litoral brasileiro e outros povos que habitavam a região. A partir do “descobrimento” oficial do Brasil em 1500, os colonizadores portugueses praticaram regularmente a interpretação com os diferentes povos indígenas, à medida que iam ocupando o território, muitas vezes usando o tupi como língua intermediária. Na sequência, com a chegada dos jesuítas, e com os esforços de catequização de parte da população indígena, as relações começam a se alterar e da tradição oral passamos à tradição escrita. A tradição escrita ganha corpo depois da chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, pois os livros que antes eram impressos em Portugal passam a ser produzidos dentro no Brasil, sob o controle da Imprensa Régia. No século XIX, o país começa a publicar regularmente jornais, revistas e livros, e a tradução passa a ter uma presença importante, embora nem sempre explicitada. No século XX, assistimos ao desenvolvimento da indústria editorial nacional e nela a tradução vai ocupar um papel importante, em diferentes momentos. A tradução será feita sobretudo do francês e do inglês, de que serão feitas as traduções indiretas, que serão frequentes até a metade do século. No final do século XX e no século XXI, assistiremos a uma verdadeira revolução em termos de tradução no país, que coincide com a revolução digital e com o desenvolvimento das universidades. A tradução, feita crescentemente de modo direto de um amplo leque de línguas, não só passa a ocupar um lugar importante na produção nacional, como passa a ser estudada de modo sistemático nas universidades. São criados programas específicos de mestrado e doutorado em Estudos da Tradução, e há uma crescente bibliografia sobre a área, e vários periódicos especializados.