Histórico da PGET

Fundação e primeiros anos (2003–2009)

A Pós-Graduação em Estudos da Tradução (PGET) foi criada em 2003, com conceito 3. A primeira turma teve início em março de 2004, resultado do esforço conjunto de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). À época, o corpo docente era composto, em parte, por professores em início de carreira e, em parte, por docentes experientes oriundos de programas como Literatura, Inglês e Linguística — todos com linhas de pesquisa em tradução.

A proposta de criação visava consolidar e integrar pesquisas até então segmentadas na UFSC, unindo esforços em torno da formação de pesquisadores com foco específico nos Estudos da Tradução. Esse movimento acompanhava o crescimento da área tanto no Brasil quanto internacionalmente.

Desde seu início, o Programa se estruturou com base em planejamento estratégico e em avaliações internas contínuas. Como resultado, obteve avanços significativos em publicações, pesquisas e número de titulações. Na primeira avaliação da CAPES, recebeu conceito 4. Em seguida, foi aprovado o curso de doutorado, cuja primeira turma iniciou em março de 2009.

Consolidação e visibilidade internacional

A partir de 2009, a PGET passou a integrar a European Society for Translation Studies, ampliando sua inserção internacional. Essa visibilidade foi fortalecida pela política de acolhimento regular de professores visitantes estrangeiros.

Em 2010, com a UFSC consolidando-se como polo nacional de pesquisas em Libras, a PGET incorporou os Estudos da Interpretação como linha de pesquisa. No triênio 2010–2012, a nota da PGET foi elevada para 5. No quadriênio seguinte (2013–2016), o Programa alcançou conceito 6, mantido na avaliação de 2017–2020.

Estratégias estruturantes

A manutenção do conceito 6 deveu-se a um conjunto de ações planejadas e avaliadas continuamente, entre as quais destacam-se:

  • Política de acompanhamento da produção docente e discente;
  • Presença constante de professores visitantes estrangeiros de diferentes durações e nacionalidades;
  • Revisão periódica das linhas de pesquisa e disciplinas, alinhadas à produção acadêmica;
  • Equilíbrio entre número de projetos, docentes e orientandos por linha;
  • Fortalecimento de acordos institucionais (DINTER, PROCAD, convênios internacionais);
  • Reorganização das revistas do Programa, com consolidação da Cadernos de Tradução (Qualis A1, SciELO, Scopus, Web of Science);
  • Processo rigoroso de credenciamento e recredenciamento docente;
  • Realização sistemática de eventos científicos com participação nacional e internacional;
  • Criação e consolidação de eventos internos como o Seminário de Pesquisas em Andamento da PGET (SPA/PGET) e o Seminário de Egressos da PGET (SEPGET);
  • Participação ativa em editais de fomento e projetos de cooperação;
  • Diálogo permanente com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFSC.

Expansão recente (2021–2024)

Durante o quadriênio 2021–2024, a PGET intensificou suas estratégias em quatro eixos prioritários:

1. Internacionalização

  • Projeto Capes/PrInt “Tradução, Tradição, Inovação”;
  • Cátedra Unesco de Políticas Linguísticas para o Multilinguismo;
  • Cotutelas e coorientações com instituições estrangeiras;
  • Publicações conjuntas e eventos acadêmicos com abrangência internacional.

2. Impacto social

  • Formação para tradução e interpretação em contextos de saúde, educação e justiça;
  • Ações em comunidades surdas e escolares;
  • Traduções comentadas e participação na licenciatura indígena;
  • Fortalecimento da Cadernos de Tradução, com crescente alcance internacional.

3. Inclusão e ações afirmativas

  • 34,5% de ingressantes oriundos de ações afirmativas (pardos, pretos, indígenas);
  • 10,7% de estudantes com deficiência (auditiva, visual, autismo);
  • 45,2% dos ingressantes entre 2021 e 2024 contemplados pelas políticas de ações afirmativas da PGET e da UFSC.

4. Formação e inovação

Projetos articulando docentes, discentes e egressos, como:

Corpo docente e internacionalização

Ao final de 2024, a PGET contava com:

  • 30 docentes permanentes (78,9%)
  • 8 docentes colaboradores (20,1%)
  • 92% com pós-doutorado concluído
  • 11 bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq (26,8%)

Além do quadro permanente, a PGET recebeu 33 visitantes de curta duração entre 2021 e 2024, oriundos de países como Bélgica, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, Índia, Irlanda, Itália e Portugal. Docentes de longa duração que marcaram o Programa incluem José Lambert, John Gledson, Berthold Zilly, Malcolm Coulthard, Martha Pulido, Odile Cisneros e Philippe Humblé.

Visibilidade e comunicação pública

A página oficial da PGET está disponível em quatro idiomas:

Outros canais de divulgação:

A produção editorial também é acessível na Biblioteca Digital da PGET.

Gestão de recursos

Os recursos financeiros repassados pela CAPES são gerenciados por uma comissão gestora e aplicados em:

  • Bolsas de mestrado e doutorado;
  • Apoio à participação de docentes e discentes em eventos científicos;
  • Financiamento de publicações impressas e digitais.

Compromisso institucional

Com duas décadas de atuação (2004–2024), a PGET consolidou-se como polo de excelência na área dos Estudos da Tradução e da Interpretação. Por meio da articulação entre ensino, pesquisa e extensão, tem contribuído para a qualificação da área no Brasil e no exterior, mantendo como pilares a inovação, a internacionalização, a inclusão e a produção de conhecimento socialmente relevante.